quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Vinhos na Índia do chá e do lassi

Ao perigo vermelho, representado por uma China de ricaços em leilões dos melhores Bordeaux, somam-se compradores de turbante, de uma elite da Índia que começa a apreciar os vinhos colocados nas rotas de seus negócios globalizados. Um consumo muito longe ainda de fazer mexer qualquer mercado, mas que os observadores de tendências fazem questão de anotar. O consumo de vinho no país do chá e do lassi (saborosa bebida à base de iogurte e frutas) ainda é de pouco mais de uma colher por pessoa/ano. Há números, entretanto, que mostram um crescimento vertiginoso do consumo de bebidas alcoólicas nas últimas décadas, da ordem de 30% ao ano. O whisky, uma herança do período colonial inglês, puxa a fila, isso tudo num país que, constitucionalmente, aboliu o álcool e enfrenta severas limitações religiosas. Em 2008, a Índia bebeu 4,6 milhões de litros de vinho. E terá degustado 14,7 milhões de litros, na projeção feita para fechar 2012. Como as tarifas de importação da bebida são muito altas, fazendo crescer os preços em até 400%, as preciosas garrafas compradas na Europa são para muito poucos. Esse quadro fez também com que a produção local, mesmo com as dificuldades de terreno e clima, fosse intensificada em nome de um vinho mais acessível. Nos anos 1980, vinhedos de uvas europeias (cabernet sauvignon, chardonnay, pinot noir, pinot blanc e ugni blanc) passaram a ser cuidados em terrenos mais altos, nas regiões de Karnataka, Maharashtra e Sahyadni, áreas temperadas que vão do noroeste de Punjab até o sul, no estado de Tamil Nadu. Fundado nessa época, o Château Indage, em Maharashtra, abastece o mercado local com vinhos espumantes.

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